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Voar é um desejo que começa em criança!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ligação, Observação e Reconhecimento

As aviações de Ligação e Observação e de Reconhecimento Aéreo

A primeira unidade da Força Aérea Brasileira a desempenhar a função de Observação foi a 1ª. ELO – Esquadrilha de Ligação e Observação, que participou da campanha brasileira na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Integrante da Artilharia Divisionária da Força Expedicionária Brasileira, a 1ª ELO tinha como missão regular o tiro da artilharia e observar o campo inimigo. Os pilotos e os mecânicos dos aviões eram da FAB e os observadores aéreos, oficiais do Exército. “Éramos os olhos avançados da artilharia no campo de batalha” explicou, em setembro de 2010, Orpheu Bertelli, voluntário da Forca Expedicionária Brasileira, integrante da 1ª ELO, por ocasião das festividades dos 30 anos do Esquadrão Puma, Terceiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação da FAB, sediado no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, cuja origem é a heróica 1ª. ELO. Cessada a participação do Brasil na Segunda Guerra, a 1ª ELO compartilhou suas missões no território nacional com os EMRA – Esquadrões Mistos de Reconhecimento e Ataque, ativos até o início da década de 80 no século XX.No calendário da FAB – Força Aérea Brasileira, o dia 24 de junho é alusivo ao Dia da Aviação de Ligação e Observação e Dia da Aviação de Reconhecimento Aéreo.


RECONHECIMENTO AÉREO - É uma tarefa tipicamente militar, que tem o propósito de obter informações sobre as atividades inimigas e o ambiente operacional, a partir de plataformas aeroespaciais. O Reconhecimento Aéreo tornou-se uma ferramenta essencial para o Emprego do Poder Aéreo, pois possibilita a produção de conhecimentos, que alimenta o processo decisório em todos os níveis da guerra. O Reconhecimento Aéreo na FAB nasceu em 1947, com a ativação do 1°/10º Grupo de Aviação de Reconhecimento-Foto e expandiu suas atividades em 1956, com a criação do 6º Grupo de Aviação, constituído pelo 1º/6º Grupo de Aviação, dedicado à Busca e Salvamento, e o 2º/6º Grupo de Aviação, ao Reconhecimento Fotográfico.
Atualmente, a Aviação de Reconhecimento Aéreo é executada pelos seguintes grupos de aviação:
2º/6º GAv - Esquadrão Guardião - BAAN Anápolis, GO

(com aeronaves Embraer R-99A AEW&C e R-99B Sensor ); 1º/6º GAv - Esquadrão Carcará - BARF Recife, PE (com aviões Learjet R-35A e Bandeirante R-95) e 1º/10º GAv - Esquadrão Poker - BASM Santa Maria, RS (com o caça AMX RA-1A/B).
De acordo com textos da FAB, A obtenção de dados de inteligência concernentes ao inimigo é uma necessidade que nasceu desde os primórdios da História Militar Brasileira. As unidades da FAB que tem por missão a tarefa operacional de reconhecimento aéreo, além de qualificar pessoal especializado em foto-interpretação tem, como missão secundária, realizar surtidas de ataque-ao-solo.

Em função dos sensores utilizados, a aviação de reconhecimento realiza as missões de Reconhecimento Visual (RV), Reconhecimento Fotográfico (RF), Reconhecimento Meteorológico (RM), Reconhecimento Infravermelho (IV) e tem, em seus quadros, pessoal formado e em condições de realizar a análise e produzir relatórios de imagens de Reconhecimento Radar (RD).
Nas missões de Reconhecimento Visual, realizada concomitantemente com o Reconhecimento Fotográfico, o piloto tem que demonstrar a sua proficiência. Ao sobrevoar uma área durante poucos segundos deverá ser capaz de observar, memorizar e descrever, para os Técnicos de Informações de Reconhecimento um mínimo de 80% das características dos objetivos visualizados, incluindo os seus pontos mais sensíveis.
As informações meteorológicas, indispensáveis ao planejamento das ações de guerra, são produzidas através de análises climatológicas, utilização de satélites, observação visual e coleta de dados na área de interesse. A crescente importância que é dada a esse tipo de informação motivou diversos Comandos e Organizações das Forças Armadas a solicitarem a participação da Unidade nas suas manobras e exercícios táticos.
O Reconhecimento Infravermelho é um complemento que contempla a Tarefa do Reconhecimento Aéreo com dados significativos a respeito do nível de atividade dos objetivos sensoriados, proporcionando uma visão dinâmica do objetivo, permitindo ao Comando Superior quantificar com maior segurança o valor relativo do alvo versus o atrito inferido por parte das ações do inimigo, decorrentes de um possível ataque.
A FAB dispõe atualmente de três unidades operacionais voltadas ao reconhecimento. O mais novo esquadrão é o "Guardião", baseado em Anápolis, GO, e que opera os Embraer R-99A e R-99B. Os R-99A são aeronaves de Alerta Aéreo Antecidado e Controle, dotadas de um potente radar Ericsson Erieye em seu dorso. Esse avião tem a capacidade de detectar qualquer aeronave que tenha invadido o espaço aéreo brasileiro, mesmo em baixas altitudes, o que garante a soberania do nosso espaço aéreo. Já o R-99B é uma avançada aeronave de sensoriamento, capaz de fornecer imagens e informações eletrônicas sobre objetivos no solo em tempo real. Ele vem equipado com uma variada gama de sensores complexos, que inclui um radar de abertura sintética (SAR) de alta performance, sensores eletroópticos e multiespectrais, e sistemas de comunicação e inteligência eletrônica.
O esquadrão "Carcará" está sediado na Base Aérea do Recife e é empregado no cumprimento das missões de reconhecimento foto, visual e meteorológico. O esquadrão opera os R-95 Bandeirante e os R-35A Learjet.
O Esquadrão "Poker", baseado em Santa Maria, RS, é a única unidade da FAB que tem por missão principal o reconhecimento tático, operando desde 1999 as aeronaves Embraer RA-1A/B AMX. O esquadrão realiza o Reconhecimento Tático como função primária e mantém a capacidade de ataque, interdição e apoio aéreo aproximado.
Os RA-1 tem provisão para levar cameras internas num compartimento abaixo e a esquerda do cockpit. O Pallet III usa cameras Zeiss de longo alcance, para cobrir alvos de área e sensoriamento remoto. Este mesmo palete pode usar duas cameras Vinten 360 para baixa altitude. O casulo nacional Gespi é levado no cabide central e leva quatro cameras Vinten cobrindo a frente, abaixo e os lados da aeronave. Atualmente os RA-1 estão sendo equipados com os novos casulos Reccelite da Rafael (Israel) com datalink, podendo transmitir as imagens capturadas em tempo real.

Fontes: Núcleo Infantojuvenil de Aviação - www.ninja-brasil.blogspot.com; www.fab.mil.br