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Voar é um desejo que começa em criança!

domingo, 17 de novembro de 2013

Especial de Domingo

Em 11 de novembro de 2009, Pery de Serra Negra compilou, para o seu blog, a primeira parte de Antigas Empresas Aéreas no Brasil, síntese que reproduzimos hoje. No próximo Especial de Domingo, acompanhe a conclusão.
Boa leitura.
Bom domingo!

Antigas Empresas Aéreas no Brasil

Viação Aérea Riogandense S.A. - VARIG
A primeira empresa aérea fundada no Brasil pelo o imigrante alemão Otto Ernest Meyer. Foi fundada no dia 7 de maio de 1927, em Porto Alegre e o seu maior Presidente foi o gaucho Rubem Martim Berta que havia sido o primeiro funcionário da companhia, permanecendo no cargo até seu falecimento, em 1966. Sua primeira aeronave foi uma hidroavião Dornier Do J Wal, apelidado de Atlântico, de nove passageiros, considerado um dos mais modernos de sua época, que fez seu vôo de estréia de Porto Alegre a Rio Grande. Em 1932 comprou seu primeiro avião com trem de pouso, um Junkers A-50 Junior e depois o Junkers F.13, iniciando suas operações em Porto Alegre, no terreno que daria origem ao Aeroporto Internacional Salgado Filho. Na década de 1960, comprou a Real Aerovias e a Cruzeiro do Sul e herdou aeronaves e as rotas da Panair do Brasil para a Europa passando a ser a maior do Brasil e da América Latina. Na década de 1980, criou a Rio Sul, e na década de 1990, comprou a Nordeste e entrou para a Star Alliance. absorveu o Consórcio Real-Aerovias e herdou as linhas européias da Panair do Brasil, então a maior companhia aérea do país, Sua primeira rota internacional foi para Montevidéu, iniciada em 5 de agosto de 1942. O primeiro vôo regular para os Estados Unidos foi em 1955, nas asas do Super G Constellation, encomendado especialmente para esta rota. tendo Nova Iorque como destino. Em 1959, o Constellation foi substituído pelo primeiro jato da frota, o Sud Aviation Caravelle. No ano seguinte, entrou em operação na VARIG o primeiro Boeing 707 (prefixo PP-VJA). Em 1961, com a incorporação do Consórcio Real Aerovias, a VARIG ganhou novas rotas e novas aeronaves, como o Convair 990 Coronado. Em 1962, chegou o primeiro dos 14 Lockheed L-188 Electra, que se tornaram famosos na Ponte Aérea Rio-São Paulo. Os vôos para a Europa começaram em fevereiro de 1965 quando o governo militar resolveu desativar a Panair do Brasil. Em 1968, a Varig inaugurou sua linha para o Japão. Em 1974 a VARIG recebeu o primeiro dos 12 Douglas DC-10-30 que operou (prefixo PP-VMA) e o primeiro Boeing 737-200. Em junho de 1975 assumiu o controle acionário da Cruzeiro do Sul, que foi completamente integrada a VARIG em janeiro de 1993. Na década de 80 criou a Rio Sul. O primeiro Boeing 747 foi incorporado à frota em Fevereiro de 1981 (prefixo PP-VNA) na gestão do Presidente Hélio Smidt, o primeiro Boeing 767, modelo -200 (prefixo PP-VNL) Na década de 90, comprou a Nordeste Linhas Aéreas. Em 1996 mudou a identidade visual. Em 1997 a VARIG entrou para a Star Alliance, a maior aliança de empresas aéreas do mundo. A década de 90 marcou também o inicio da crise financeira que fez com que a empresa deixasse de voar para vários destinos no exterior e no Brasil e devolvesse mais de cinquenta aeronaves. Nos anos 2000, criou a VARIG LOG, recebeu, no final de 2001, o primeiro Boeing 777 (prefixo PP-VRA, batizado como Otto Meyer). Fundiu as operações com as suas subsidiárias Rio Sul e Nordeste. Em 2006 foi vendida para a VOLO e em 2007 para a Gol Transportes Aéreos.

A Panair do Brasil S.A.
Foi uma das companhias aéreas pioneiras do Brasil. Nasceu como subsidiária de uma empresa norte-americana, a NYRBA (New York-Rio-Buenos Aires), em 1929. Incorporada pela Pan Am em 1930, teve seu nome modificado de Nyrba do Brasil para Panair do Brasil, em referência à empresa controladora (Pan American Airways). (...) A Nyrba - New York Rio Buenos Aires Lines Inc - chegou ao Brasil através do Coronel Ralph O' Neil, da Marinha Americana. Inicialmente o coronel veio conversar com o governo brasileiro para entrar na concorrência do transporte de malas postais na América do Sul. Somente em 1930 O' Neil conseguiu autorização para operar linhas aéreas no Brasil. (...). Assim surgiu a Panair do Brasil, que possuía 100% do capital americano. O capital nacional só começou a entrar na empresa a partir de 1942.
A começar pelo Coronel Ralph O´Neil, a empresa era tocado pela Pan American, uma gigante do transporte aéreo nos Estados Unidos. Depois de nacionalizada teve bons Presidentes: Paulo Sampaio, Érick de Carvalho e no final de sua vida, estava sendo presidida pelo Sr. Celso Rocha Miranda. O patrimônio da empresa foi incorporada a Varig que por sua vez também teve um fim melancólico.

Cruzeiro do Sul
 
Syndicato Condor era uma empresa aérea constituído em 01/12/27 no Rio de Janeiro, criada por pioneiros da aviação alemã. A empresa nasceu operando entre o Rio de Janeiro e Porto Alegre, mas logo expandiu seus serviços até Natal. Os vôos eram operados por Dorniers Val e Junkers G24. Com o início da Segunda Guerra Mundial, as peças de reposição para aeronaves alemãs tornaram-se difíceis de conseguir. O Governo Vargas, inicialmente simpático ao Eixo, muda de posição no meio do conflito e vem para o lado dos Aliados. Por conta dessa posição assumida pelo governo brasileiro o Syndicato Condor foi nascionalizada e nasce aí, em 16 de janeiro de 1943, os Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul S. A., dirigida por brasileiros. A administração da empresa foi passada ao Dr. José Bento Ribeiro Dantas, que exercia a função consultor jurídico da Condor, secundado por Leopoldino Amorim, diretor técnico.
Foi uma das três empresas nacionais a usar o Caravelle, jato puro, a partir de Janeiro de 1963. A empresa entrou num período de dificuldades financeiras e foi adquirida pela Fundação Rubem Berta controladora da Varig deixando a Cruzeiro de existir a partir de 22 de maio de 1975.

Viação Aérea São Paulo - VASP 
Em 4 de novembro de 1933 um grupo de empresários e pilotos reuniu-se e criou a Viação Aérea São Paulo. Nos primeiros meses de atividades, teve suas operações suspensas devido a fortes chuvas, que inundaram o Campo de Marte, sendo retomadas em 16 de abril de 1934. A empresa transferiu suas operações para o recém inaugurado Aeroporto de Congonhas. Em janeiro de 1935, a sua frágil saúde financeira fez com que a diretoria pedisse oficialmente ajuda ao Governo do Estado. A VASP foi estatizada e recebeu novo aporte de capital para a compra de 2 Junkers Ju-52-3M. Em 1936 a VASP estabeleceu a primeira linha comercial entre São Paulo e Rio de Janeiro, e em 1937 recebeu seu terceiro Junkers. Em 1939 a VASP comprou a Aerolloyd Iguassú, pequena empresa de propriedade da Chá Matte Leão, que operava na região sul do país. Em 1962 foi a vez do Lloyd Aéreo ser comprado, ampliando ainda mais sua participação a nível nacional.
Após a Segunda Guerra, modernizou a frota com a introdução dos Douglas DC-3 e Saab S-90 Scandia. Em 1955 encomendou o Viscount 800, primeiro equipamento à turbina no Brasil e depois trouxe os Samurai YS-11. Em janeiro de 1968, entrou na era do jato puro com a entrega de dois BAC One Eleven 400. Em 1969, trouxe ao Brasil os primeiros Boeing 737-200, em 1982 chegaram os Airbus A300B2 e em 1986 o primeiro 737-300 de nosso país. Apesar de ser um empresa estatal e está sujeito as interesses políticos dos governadores a empresa ia bem administrada pela Sr. Alfredo Sales de Oliveira. No início da década de 90, a VASP foi privatizada. Seu novo presidente, Wagner Canhedo, iniciou uma agressiva expansão internacional: Ásia, Estados Unidos, Europa e até mesmo o Marrocos entraram no mapa da empresa. Aumentou a frota, trazendo entre outros três DC-10-30 e depois nove MD-11. Deixou de pagar obrigações, salários, leasings e até taxas de navegação: em setembro de 2004, o Departamento de Aviação Civil (DAC) suspendeu as operações de oito aeronaves da VASP. Com uma imagem arranhada e uma frota jurássica, a empresa foi perdendo terreno, no mercado. Em setembro de 2004, quando enfrentou a primeira paralisação de funcionários, começou a ter problemas para abastecer suas aeronaves, a fatia de mercado da companhia aérea era de apenas 8% e dois meses depois, de 1,39% . A ocupação também foi péssima: as únicas 3 aeronaves da VASP que voaram no mês saíram com 47% dos assentos vendidos. A VASP parou de voar no final de janeiro de 2005, quando o DAC cassou sua autorização de operação. Suas aeronaves hoje estão paradas por aeroportos de todo o país, testemunhas de mais uma triste história de nossa aviação comercial. Em dezembro de 2008 foi decretada falência total da VASP sem chance de uma nova recuperação judicial.

REAL
A Real - Redes Estaduais Aéreas Ltda, foi fundada em 1945 pelo empresario paulista Vicente Mammana Neto. O primeiro vôo ocorreu dia 7 de fevereiro de 1946, operando entre o Aeroporto de Congonhas e o Aeroporto Santos Dumont. Da segunda metade da década de 40 até 1955, a história da empresa foi marcada pela sua primeira grande expansão, feita através da compra de outras empresas menores. Em 1948 o Comandante Linneu Gomes (Presidente) adquiriu a Linhas Aéreas Wright e dois anos depois foi a vez da LAN - Linhas Aéreas NATAL. A frota da REAL chegou a 20 Douglas DC-3/C-47. Com a compra da LATB - Linha Aérea Transcontinental Brasileira, em agosto de 1951, a REAL expandiu consideravelmente sua malha na região nordeste do país. Entre 1954 e 1956 foram adquiridas também a Aerovias Brasil e a Transporte Aéreo Nacional. Finalmente, em 1957 a REAL adquiriu, das mãos de Omar Fontana, 50% do capital da Sadia e em contrapartida, Omar passou a ocupar um cargo na empresa de Linneu. Logo após a incorporação dessas empresas, a frota da REAL chegou a invejáveis 117 aviões. Tais números a colocaram em 7° lugar no ranking da IATA em relação ao tamanho da frota, a mais alta posição já ocupada por uma empresa aérea brasileira.
As primeiras rotas internacionais foram abertas em 1951, com vôos para o Paraguai. Foi a compra dos 87% da Aerovias que a empresa passou a chamar-se REAL-AEROVIAS e alçar vôos para os EUA. Em 1960 expandiu suas rotas, chegando à Tokyo. Porém nesse mesmo ano, a Real-Aerovias foi vendida para a Varig. Propaganda de 1945, daquela que se dizia, à época, a maior organização de transportes da América Latina: a Real Aerovias Nacional. De fato, a Real chegou a ser, na década de 50, a 7ª maior empresa aérea do mundo.